segunda-feira, 22 de julho de 2013

Conceitos osteopáticos e vertigens de origem cervical

"(...) vamos analisar um sintoma bastante comum nos pacientes: as tonturas. Provavelmente, você conheça alguém que tem tonturas e já procurou inúmeros profissionais que fizeram vários exames e nada foi constatado… A culpada pode ser a coluna cervical."


A osteopatia trabalha com alguns conceitos de mobilidade vertebral, são elas a hipomobilidade e a hipermobilidade.
A moblidade global da coluna vertebral é grande, porém, cada segmento contribui com pequenos graus de movimento. Portanto, é de se pensar que a perda da mobilidade de uma vértebra pode causar implicações em nossos corpos.
Quando por algum motivo seja um trauma ou um movimento brusco, uma vértebra perde sua mobilidade natural (ficando hipomóvel) ela deixa de contribuir para o movimento global da coluna. Para compensar a falta de mobilidade desta vértebras, outros segmentos vertebrais terão que fazer mais movimento que eles deveriam (chamado de hipermobilidade reacional).
Na maioria das vezes, é a vertebra com excesso de movimento que causa os sintomas. No entanto, nem sempre isso é verdade. As vertebras hipomóveis também são passíveis de causar uma sintomatologia específica. É de extrema importância que um osteopata faça a avaliação e identifique os pontos de hipomobilidade e corrija com as técnicas apropriadas restabelecendo a mecânica normal das articulações.
Aproveitando a deixa, vamos analisar um sintoma bastante comum nos pacientes: as tonturas. Provavelmente, você conhece alguém que tenha tonturas e já tenha procurado inúmeros profissionais que fizeram vários exames e nada foi constatado… A culpada pode ser a coluna cervical.

Vista lateral da coluna cervical. Em destaque na seta azul, a artéria vertebral.

Na figura acima é possível visualizar a porção lateral da coluna cervical. Como pode ser visto pela seta azul, há em destaque a artéria vertebral (o canal vermelho) que passa por uma abertura na lateral das vértebras cervicais (chamado forame transverso) da 6a até a 1a cervical. A artéria vertebral é um ramo da artéria subclávia que por sua vez sai da artéria aorta, o principal vaso que sai do coração. Quando há falta e/ou excesso de mobilidade, o fluxo sanguíneo da artéria vertebral pode ficar diminuído. 

Vista anterior do corpo sendo possível visualizar o coração e seus vasos. Na seta laranja, é destacada a artéria aorta. Nas amarelas,  as subclávias e nas azuis, as vertebrais.

Acontece que depois que as artérias vertebrais saem da 1a vértebra cervical, elas entram no crânio pelo forame magno e lá se juntam formando a artéria basilar. Deste vaso saem inúmeros ramos, um deles é a artéria cerebelar inferior anterior e dela sai a artéria labiríntica ou auditiva interna (não mostrada nas figuras abaixo).


 Trajeto da artéria vertebral desde a origem na aorta, passando pela subclávia.
Trajeto intra-craniano da artéria vertebral onde elas se juntam, tornando-se a artéria basilar. Da basilar, sai um ramo chamado artéria cerebelar inferior anterior e desta, a auditiva interna, responsável pela vascularização do labirinto.

Ela é responsável pela vascularização do centro labiríntico na orelha interna. A diminuição do fluxo sanguíneo para o labirinto pode prejudicar a função desta importante estrutura responsável por informar nosso cérebro o posicionamento e a aceleração de nossa cabeça. Com fluxo diminuído, o labirinto deixa de informar corretamente o sistema nervoso central, causando sintomas como tontura.
Portanto, uma disfunção cervical pode causar, entre outros sintomas, sensação de tontura.


A osteopatia é capaz de melhorar a mobilidade articular dos segmentos hipomóveis através de técnicas manuais, restaurando a função cervical e suprimindo a compressão vascular e neurológica.


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