Para a maioria das pessoas que ouve falar da osteopatia, o estralar das articulações é a primeira imagem que lhe vem à cabeça. Mas será que é justo associar apenas as manipulações (thrusts) à osteopatia? Antes de tudo, o que seriam manipulações e mobilizações? Elas teriam o mesmo significado prático?
Existem muitas definições para estes dois termos mas a que eu costumo utilizar com mais frequência é a seguinte: manipulação é uma técnica de alta velocidade na qual o paciente não é capaz de interromper a sua execução podendo ser acompanhado do som característico da cavitação (o estralar da articulação). Já a mobilização é baseada em pequenos movimentos oscilatórios de baixa velocidade e que, portanto, o paciente pode interromper a execução da técnica.
Execução de uma técnica osteopática de manipulação da coluna lombar
Execução de uma técnica de mobilização lombar, conhecida como pressão póstero-anterior de Maitland
Com as definições conhecidas, voltemos à pergunta: é justo associar apenas as manipulações à osteopatia? A resposta seria não. Primeiro de tudo, é certo que em grande parte de meus atendimentos, as técnicas de thrusts são usadas com razoável frequência mas é preciso destacar que em muitas sessões sou capaz de atender meus pacientes sem utilizar uma técnica de manipulação sequer. Outro fator importante a se destacar é que a osteopatia não se resume em apenas estralar a coluna das pessoas.
A osteopatia é uma método de tratamento holístico, ou seja, através dela, analiso o paciente como um todo e não a apenas um sintoma. Se uma pessoa me procura com dor nas costas, não me preocuparei em somente avaliar o segmento afetado e, sim, o que fez aparecer esse sintoma. A disfunção pode estar no mesmo local da queixa? Sim. Mas na maior parte do tempo, não está. Por isso, é realizada uma entrevista detalhada com o paciente para tentar descobrir o que realmente o que está acontecendo e, assim, avaliar, durante o exame físico, os possíveis mecanismos de adaptação que fizeram com que aquele sintoma surgisse. Além disso, na anamnese também é possível descobrir alguma contra-indicação para a realização das técnicas de manipulação, seja o histórico de um tumor, fratura recente, osteoporose, doenças metabólicas ou medo da paciente quanto à realização da técnica. Por último, deve-se destacar que há a abordagem visceral e craniana na osteopatia que em conjunto com as técnicas articulares (estrutural) formam toda a base da osteopatia, não sendo possível separar uma abordagem da outra como algumas vezes é erroneamente feito.
A osteopatia é uma método de tratamento holístico, ou seja, através dela, analiso o paciente como um todo e não a apenas um sintoma. Se uma pessoa me procura com dor nas costas, não me preocuparei em somente avaliar o segmento afetado e, sim, o que fez aparecer esse sintoma. A disfunção pode estar no mesmo local da queixa? Sim. Mas na maior parte do tempo, não está. Por isso, é realizada uma entrevista detalhada com o paciente para tentar descobrir o que realmente o que está acontecendo e, assim, avaliar, durante o exame físico, os possíveis mecanismos de adaptação que fizeram com que aquele sintoma surgisse. Além disso, na anamnese também é possível descobrir alguma contra-indicação para a realização das técnicas de manipulação, seja o histórico de um tumor, fratura recente, osteoporose, doenças metabólicas ou medo da paciente quanto à realização da técnica. Por último, deve-se destacar que há a abordagem visceral e craniana na osteopatia que em conjunto com as técnicas articulares (estrutural) formam toda a base da osteopatia, não sendo possível separar uma abordagem da outra como algumas vezes é erroneamente feito.
Mas e quando a manipulação é indicada, porém, há um fator limitante (como a osteoporose ou medo do paciente, por exemplo) que impeça a realização do thrust? Será que uma técnica articulatória (mobilização) teria o mesmo efeito da técnica de alta velocidade? É o que Learman e colaboradores tentaram responder.
Os pesquisadores realizaram o comparativo entre os dois tipos de técnicas em pessoas com dores lombares com idade entre 55 e 65 anos e chegaram à conclusão de que, além de não haver diferença alguma entre os resultados, ambas as técnicas apresentaram um grau muito satisfatório no alívio da dor de seus pacientes.
Portanto, a osteopatia não deve ser generalizada como apenas uma técnica de estralar a coluna. Ela é uma abordagem ampla e global do paciente não se limitando apenas na realização de técnicas de alta velocidade. E, ainda, mesmo quando uma técnica articulatória é necessária, não existe diferença no resultado quando são feitas técnicas de manipulação e mobilização.
Dr. Rodolfo, suas explicações foram de extrema importância até mesmo para outros profissionais. Muitos de nossos colegas apresentam uma concepção equivocada com relação às técnicas de baixa velocidade. Penso que os ajustes de alta velocidade, mobilizações, dentre outras técnicas pertencentes à terapia manual, devem ser aplicadas de forma que uma complemente a outra.
ResponderExcluirParabéns pela publicação, meu amigo!
(Futuro) Dr. Leonado, vc tem toda a razão. Escrevi esse post justamente pq esse era um dos meus questionamentos. Vc disse tudo. Temos conhecimento de muitas técnicas. A partir do momento que conseguimos conciliá-las quando alguma delas não é indicada, o resultado só pode ser a melhora do paciente.
ExcluirObrigado pelas palavras! Abração.