sexta-feira, 18 de abril de 2014

A osteopatia no tratamento da cefaleia do tipo tensional

Eu já escrevi aqui no blog falando de que forma que a osteopatia enxerga e trata a cefaleia congestiva e circulatória. E quanto aos outros tipos de dor de cabeça? Será que a osteopatia também pode ajudar a resolver os sintomas. Quando se fala em cefaleia, uma das primeiras que vem à mente é a do tipo tensional.
A cefaleia do tipo tensional (CTT) é a mais comum das dores de cabeça segundo a classificação da International Headache Society. A dor costuma ser de leve a moderada com sensação de pressão no pescoço, nuca e região frontal da cabeça. Esses sintomas costumam demorar entre 30 minutos a até vários dias. A dor de cabeça tensional pode ser dividida em episódica e crônica. Esta é quando a cefaleia se apresenta quase que diariamente e aquela quando ocorre no máximo 15 dias no mês. De qualquer forma, tanto uma quanto outra apresenta um quadro debilitante muito importante tendo repercussões na qualidade de vida, afetando as relações pessoais e profissionais e as atividades de vida diária de quem sofre desse mal.





Segundo um estudo epidemiológico realizado aqui no Brasil em 2008, a cefaleia do tipo tensional costuma afetar  13% da população, tendo uma maior prevalência no sexo masculino. A maior parte (86,2%) tinha a CTT tensional episódica, enquanto que 6,4% apresentava a crônica. (http://www.sbcefaleia.com/associados/index.php?option=com_mtree&task=att_download&link_id=26&cf_id=24)
O tratamento para a CTT costuma envolver o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos e até anti-depressivos. Além disso, são recomendadas sessões de acupuntura e relaxamento. A fisioterapia e a manipulação vertebral são também indicadas para esse caso. 
E foi com o objetivo de avaliar a eficácia da terapia manual e das manipulações vertebrais que pesquisadores da Espanha realizaram um estudo publicado agora em 2014.



Eles avaliaram a percepção de dor, amplitude do movimento da coluna cervical e a intensidade e frequência das dores de cabeça. Oitenta e quatro indivíduos (68 do sexo feminino e 16 do masculino) foram divididos em 4 grupos:

  • Grupo 1: tratamento com terapia manual
  • Grupo 2: tratamento com manipulação vertebral
  • Grupo 3: combinação dos tratamentos supra-citados
  • Grupo 4: sem tratamento.

O 1o grupo consistiu na realização da técnica de inibição dos músculos suboccipitais. O paciente ficava deitado em decúbito dorsal na maca (de barriga para cima) e enquanto o fisioterapeuta realizava uma pressão profunda e deslizante na base do crânio do paciente durante 10 minutos.
No segundo grupo, o fisioterapeuta realizou a manipulação conhecida como OAA. O paciente se encontrava na mesma posição da descrita anteriormente enquanto o terapeuta aplicava a técnica fazendo uma rotação com uma leve tração da cabeça e uma inclinação lateral para o lado contrário para então realizar um rápido movimento de rotação da cabeça ocorrendo o thrust. A técnica foi realizada para ambos os lados.
No terceiro grupo, como dito, foi realizada a combinação de ambas as técnicas anteriores enquanto que no grupo 4, o paciente ficou deitado na maca durante 10 minutos.
Em relação à percepção de dor, todos os grupos de tratamento apresentaram diferenças significativas mas o grupo da manipulação cervical apresentou a melhora mais importante. Quanto à mobilidade da cervical, o grupo 1 da terapia manual apresentou os melhores resultados. E em relação à intensidade e frequência da dor de cabeça, os grupos de manipulação vertebral e tratamento combinado apresentaram a melhora mais significativa.
Esses resultados são animadores e mostram a importância que o fisioterapeuta osteopata pode ter no tratamento das cefaleias do tipo tensional. Está sofrendo desse mal? O que está esperando para se livrar disso? Marque já um horário com um osteopata e se veja livre das dores de cabeça.

Obrigado e até a próxima!
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