"(...) a osteopatia apresentou ótimos resultados no tratamento da Síndrome do Intestino Irritável tanto no curto quanto no médio prazo. No entanto, alguns sintomas retornaram após 1 ano o que sugere um acompanhamento profilático destes pacientes a cada 6 meses ou 1 ano.
Se você tem a SII e não encontra meio de resolver esse problema, procure um osteopata. Ele pode ser a solução de algo que está te afligindo há muito tempo."
Retomando sobre os
efeitos da osteopatia visceral, hoje falarei nesta segunda parte sobre como
técnicas viscerais podem ser eficazes no tratamento de queixas viscerais. No
artigo destacado de hoje, falarei especificamente sobre a Síndrome do Intestino
Irritável. Obviamente, a osteopatia é capaz de tratar outras alterações
viscerais como azia, enjoos, asma ou até sintomas causados pela má função de um
órgão específico, como a relação do fígado com a alta concentração sérica de
amônia e sintomas neurológicos como as dores de cabeça e formigamento nos
membros mas para não ficar muito extenso, darei ênfase às alterações
intestinais, Síndrome do Intestino Irritável (SII) e a osteopatia. Mas claro que já que provoquei falando do fígado, prometo também escrever sobre essa relação.
A SII é definida pela associação de
dor e distensão abdominais e disfunção intestinal. Segundo os critérios diagnósticos de Roma III, a SII é caracterizada por: “Dor ou desconforto abdominal recorrente pelo menos
3 dias/mês, nos últimos 3 meses, associada com dois ou mais dos seguintes:
- Melhora com a defecação;
- Início associado com mudança na frequência das evacuações;
- Início associado com mudança no formato (aparência das fezes.”
Além disso, podem ocorrer sintomas como alternância entre constipação (intestino preso) e diarreia.
Feita esta introdução, apresento o
artigo de pesquisadores franceses: Tratamento da Síndrome do Intestino
Irritável refratária com osteopatia visceral: resultados de curto e longo prazo
de um estudo randomizado.
Os pesquisadores afirmam que o
tratamento medicamentoso deste problema apresenta uma baixa eficiência e que
muitos métodos alternativos já foram testados tais como hipnose, acupuntura, ioga entre outros sendo que nas referências pesquisadas pelos autores, encontraram poucos estudos relacionando a osteopatia e a SII. Em um deles, porém, não
houve um grupo placebo, ou seja, não compararam a osteopatia com um técnica
osteopática falsa para verificar se realmente foi a osteopatia a responsável
pela diminuição dos sintomas ou o efeito placebo que costuma ser forte nos
pacientes com SII.
O objetivo do estudo, portanto, foi
o de avaliar, nestes pacientes, o real efeito da osteopatia visceral comparando-a com uma
manipulação padronizada placebo no tempo de trânsito intestinal e sensibilidade retal e em sintomas como dor e distensão abdominais, diarreia e constipação.
Trinta e um pacientes foram
divididos aleatoriamente em dois grupos: 16 no grupo A no qual foram aplicadas
técnicas placebos na fase 1 e técnicas osteopáticas na fase 2 enquanto que nos
15 pacientes do grupo B, a ordem foi a inversa.
O atendimento osteopático consistiu em uma técnica suave para melhorar a mobilidade de sacro visando a correção da
informação parassimpática proveniente dos nervos esplâncnicos pélvicos que
inervam a porção final de intestino e reto (conforme mostrado na figura abaixo) assim como técnicas abdominais que consistiam em vibrações em toda a barriga do
paciente e também pressões com vibrações em pontos sensíveis relatados pelo
paciente.
Já no tratamento placebo, a
osteopata aplicava suas mãos nos mesmos pontos abdominais mas de forma
superficial, não atingindo o intestino.
Para minimizar o risco de os
pacientes perceberem a diferença entre as 2 fases, elas foram realizadas uma
após a outra.
Resultados
No grupo A (placebo antes e
osteopatia depois) houve importante diminuição dos sintomas de distensão e dor
abdominais e também da diarreia, porém, este último com pouca importância
estatística. A diminuição destes sintomas ocorreu com mais intensidade depois
das técnicas osteopáticas.
No grupo B (osteopatia antes e
placebo depois), todos os sintomas diminuíram mas apenas a dor e distensão
abdominais apresentaram dados estatísticos significativos.
A sensibilidade retal também
apresentou diminuição, principalmente no grupo B.
Não houve diferença no tempo de
trânsito intestinal, o que mostra que os sintomas não estão relacionados com um
tempo de trânsito intestinal anormal.
Após 1 ano, todos os sintomas ainda
encontravam-se diminuídos, com exceção da diarreia e constipação que
apresentaram aumento.
Concluindo, a osteopatia apresentou
ótimos resultados no tratamento da Síndrome do Intestino Irritável tanto no
curto quanto no médio prazo. No entanto, alguns sintomas retornaram após 1 ano
o que sugere um acompanhamento profilático destes pacientes a cada 6 meses ou 1
ano.
Se você tem a SII e não encontra
meio de resolver esse problema, procure um osteopata. Ele pode ser a solução de
algo que está te afligindo há muito tempo.
Fiquem de olho no blog! Nas próximas
semanas, escreverei a última parte da série sobre a osteopatia visceral: a
relação do diafragma com a hérnia de hiato e a azia. Fiquem ligados. Para
receber atualizações do blog, assinem o feed ou curtam minha página no facebook. Até a próxima!
Vocês dão curso de osteopatia tbem?
ResponderExcluirOi Amanda, tudo bem? Eu não dou curso de osteopatia mas posso indicar a Escuela de Osteopatía de Madrid onde me formei. Entre no site para mais informações: www.osteopatiamadrid.com.br
ExcluirHá turmas se formando para 2014 em Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Cascavel.
Abraços!